Há momentos na vida em que o verdadeiro valor das pessoas é revelado — não nas festas, nem nas mesas fartas, mas nas provações. Uma dessas provações é a doença. Quando alguém sofre um AVC, não uma, mas três vezes, o que ele precisa não é de julgamento, distância ou esquecimento. O que ele precisa é de amor, presença e respeito.
Infelizmente, muitos que se dizem “família” somem quando a dor bate à porta. Irmãos que juraram lealdade na infância, parentes que cresceram à sombra do mesmo teto, viram as costas como se a fraqueza alheia fosse contagiosa. Mas o que se esquecem é que a vida dá voltas, e a cadeira de rodas de hoje pode ser a cama de amanhã — sua.
Abandonar um irmão doente é cuspir na própria história. É negar os alicerces que sustentam a palavra "família". É agir como se o sangue que corre nas veias fosse tinta lavável, esquecendo que o amor verdadeiro não se apaga diante da dificuldade — ele se fortalece.
Um pai, um tio, um irmão… não é descartável. Ele não deixa de ser especial só porque agora precisa de cuidados. Pelo contrário: é nesse momento que ele mais precisa ser lembrado, acolhido e respeitado.
Para quem virou as costas: saibam que a ausência de vocês grita mais alto do que qualquer presença silenciosa. E quando olharem no espelho, perguntem-se: "Será que estou honrando a família que tanto exijo ser valorizado?" Porque honrar a família é estar presente na dor, não apenas nos convites e nas celebrações.
Cuidar de quem cuidou de nós ou esteve conosco em algum momento da vida não é favor — é dever moral. E quem abandona hoje, pode ser abandonado amanhã.
Pensem nisso.
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