Há momentos em que o silêncio grita mais alto que qualquer palavra. E hoje, é nesse silêncio que eu reflito sobre o tempo, as pessoas e os caminhos que escolhi.
Não foram poucas as vezes em que deixei o meu próprio conforto para estender a mão. Quando muitos se calaram, fui eu quem falou. Quando o mundo virou as costas, fui eu quem permaneceu. Presente, firme, solidário — mesmo sem aplausos, mesmo sem retorno.
Fui apoio quando você caiu. Fui voz quando você foi esquecido. Fui escudo quando vieram te ferir. E tudo isso, fiz de coração aberto — sem esperar troféu, sem cobrar dÃvida, apenas com a fé de que um dia, se os papéis se invertessem, eu também não estaria só.
Mas o tempo passou...
E o que vejo agora são costas viradas, olhos que não me enxergam mais, mãos que já não se estendem. O mesmo coração que um dia acolheu, hoje sente a ausência de quem deveria lembrar. Porque a gratidão não está em palavras bonitas, está nos gestos simples — e esses, têm me faltado.
Não peço recompensas. Nunca pedi.
Mas confesso: dói quando o esquecimento vem de quem você nunca esqueceu.
Dói quando o abandono vem justamente de quem um dia você levantou do chão.
Mas sigo. De pé. Machucado, mas inteiro.
Porque quem nasceu para servir com verdade, não se perde na ingratidão alheia.
Eu não mudo por causa do outro.
Eu sigo sendo quem sou — com ou sem reconhecimento.
E se um dia você precisar de novo, ainda assim, talvez eu esteja lá. Porque o meu valor não depende da sua lembrança. Ele vive em mim. Ele é minha essência.
– Tyrone Wilson Amaral
Comunicador, humano, resistente.
Desde sempre. Por inteiro.
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